Endocardite infecciosa

Com a intenção de aumentar a adesão por parte dos pacientes, considerando a eficácia, níveis terapêuticos e a facilidade da aplicação, os regimes profiláticos para a endocardite infecciosa forma simplificados pela Associação Americana de Cardiologia e Sociedade Internacional de Quimioterapia. As recomendações profiláticas foram atualizadas para: Amoxicilina de 2 a 3 g em adulto e metade da dose para crianças com menos de 30 Kg, a administrada uma hora antes do procedimento.


Para pacientes alérgicos às penicilinas indica-se clindamicina na dose de 600 mg (10 mg/Kg em crianças) por via oral, uma hora antes do procedimento. O estearato de eritromicina na dose de 1,0 g (20 mg?Kg em crianças) por via oral é agora uma droga alternativa. Outras opções são as cefalosporinas de 1ª geração, a cefalexina e o cefradoxil ambos na dose de 2g em adulto e 50 mg/Kg em criança, e os macrolídeos claritomicina e azitromicina ambas na dose de 500 mg em adulto e 15 mg/Kg em criança. Nos pacientes alérgicos que não conseguem deglutir indica-se clindamicina na dose de 600 mg (10 mg/Kg em crianças), diluída em solução glicosada IV 30 minutos antes do procedimento.


Conceitos outros que, ao meu ver o cirurgião dentista deverá familiarizar-se são: situações que levam à bacteremia transitória (menos de 10 unidades formadoras de colônia por ml de sangue de 15 a 30 minutos), como uma simples escovação dental, com traumatismo do sulco gengival, pode estar associada a pelo menos 75% dos pacientes com endocardite bacteriana por estreptococos viridans que não relacionam a nenhuma condição que pudesse ter resultado em um episódio de bacteremia transitória por outra causa. E a estratificação dos agentes microbianos de acordo com o tipo de hospedeiro, válvulas nativas o agente mais freqüente são os estreptococos, em válvulas protéticas (bioprótese ou mecânica) são os enterococos e em usuários de drogas endovenosas são os estafilococos aureus.


Os benefícios da profilaxia com antibiótico podem ser modestos: somente 50% dos pacientes com endocardite de valva nativa sabiam que tinham uma lesão valvar predisponente à infecção, a maioria dos casos de endocardite não acontece após um procedimento e 35% dos casos são causados por microorganismos não atingidos na profilaxia.

Lesões Cardíacas indicadas para a profilaxia:

Risco alto: Prótese cardíaca valvar; endocardite bacteriana prévia; cardiopatia congênita cianótica (tetralogia de Fallot, e outras); coarctação da aorta, persistência do canal arterial.

Risco Moderado: Malformações cardíacas congênitas (comunicação interventricular, valva aórtica bicúspide); disfunção adquirida das valvas aórtica e mitral; miocardiopatia hipertrófica; prolapso de valva mitral com regurgitação valvar e/ou folhetos espessados.

Procedimentos dentários recomendados à profilaxia: Extração, procedimentos periodontais, limpeza causando sangramento gengival, colocação de implante, reimplante dentário, manipulação endodôntica ou cirúrgica além do ápice, colocação de fitas antibióticas, subgengivais, colocação de fita (banda) ortodôntica, (mas não de aparelho dentário), injeções interligamentares (anestésico).