Diabetes

Introdução


O diabetes mellitus é uma doença metabólica crônica, que atinge grande parte da população mundial, e vem sendo considerada por diversos pesquisadores como um fator de risco para doença periodontal.


Cada vez é mais freqüente o atendimento de pacientes portadores de diabetes mellitus no consultório odontológico, como decorrência da maior longevidade dos diabéticos.


O diabetes mellitus pode ser dividido em dois grupos:


· Diabetes mellitus tipo I ou insulino dependente, que caracteriza-se pela deficiência absoluta na quantidade de insulina secretada pelas células pancreáticas e conseqüente dependência de insulina exógena, compreendendo cerca de 10% dos casos.


· Diabetes mellitus tipo II ou não insulino dependentes, onde se observa uma produção reduzida de insulina, sendo o controle metabólico feito por meio de agentes hipoglicemiantes orais e dieta, atingindo cerca de 90% dos casos. Existem alguns mecanismos que aumentam os riscos da doença periodental em pacientes portadores de diabetes mellitus, dentre eles citar as alterações vasculares, disfunção de neutrofilos, alteração da síntese do colágeno e predisposição genética.

Revisão da literatura


Oliver e Ternovem em 1994 concluíram que pacientes com mal controle metabólico tem maior prevalência, severidade e extensão da doença também é um fator de riso para a periodontite. Os mecanismos pelos quais o diabetes pode contribuir para a doença periodontal incluem alterações vasculares, disfunção dos neutrófilos, alteração da síntese do colágeno e predisposição genética.

Ervasti e col. Em 1985 relataram haver diferenças significantes de sangramento gengival, sendo maior em pacientes diabéticos com fraco controle metabólico quando estes eram comparados com pacientes controlados metabolicamente ou pacientes não diabéticos. A razão deste maior sangramento poderia ser devido à inflamação exacerbada.

Para Zambom em 1998 os patogenos predominantes na placa subgengival de pacientes diabéticos não insulino dependentes com doença periodontal são: bacteróides gingivalis.

No ano de 1991 Cutler e col. Encontraram uma avaliação feita com um paciente de 61 anos de idade diabético insulino dependente, com relação à função neurofilica; quimiotaxia e fagocitose deprimidas em comparação com um paciente não diabético e ainda com relação microbiota gengival constatou-se a presença de Porphyromonas gingivalis, Actinobacillus Actinomyce-temcomitans, Eikenella corrodens e Peptostreptococcus micros.

Novaes Junior e col. em estudo feito no ano de1997, demonstraram não haver diferenças significantes na microbiota subgengival de pacientes diabéticos não insulino dependentes e pacientes não diabéticos com pobre controle metabólico.

Piche e col. no ano de 1989 relataram que a analise de hemoblogina glicosada no acompanhamento dos pacientes diabéticos serve como indicador do nível de glicose em um determinado momento e Collin e col. em 1998 observaram que pacientes diabéticos tipo I com doença periodontal avançada apresentaram nível de hemoglobina glicosada alterado, confirmando que controle metabólico esta associado com a severidade da doença.

Conclusões


· Pacientes diabéticos apresentam um risco mais elevado à doença periodontal que pacientes não diabéticos.


· Pacientes diabéticos com fraco controle metabólico apresentam maior revalência e severidade a doença periodontal, e pacientes bem controlados metabolicamente possuem níveis similares comparados aos pacientes não diabéticos.


· Não há diferenças significantes na microbiota subgengival entre pacientes diabéticos e não diabéticos.


· Independentemente do tipo de diabetes mellitus (insulino dependente ou não), a duração da doença também contribui para a prevalência e severidade da doença periodontal nos pacientes diabéticos.


· A síntese do colágeno é menor pelos fibroblastos e a produção de matriz óssea é comprometida nos pacientes diabéticos.